No dia Nacional da Conservação do Solo nos unimos para dividir dicas de ouro para o sucesso da sua lavoura e a preservação desse recurso importantíssimo para a vida humana
Com o Dia Nacional da Conservação do Solo, celebramos a importância vital do recurso natural e essencial para a vida humana: a terra fértil. Para contribuir com a relevância dessa data, preparamos uma entrevista exclusiva com Taciana Seixas, Coordenadora de Desenvolvimento Técnico de Mercado, e Erivelton Paes, Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Viter, a fim de debatermos sobre as principais características de um solo preservado e as possíveis soluções para que esse recurso não seja impactado negativamente.
É fundamental que nós saibamos reconhecer o importante papel da agricultura na preservação do solo e como as boas práticas agrícolas podem garantir saúde e produtividade para as gerações futuras. A adoção de métodos como o plantio direto, a rotação de culturas e a cobertura com palhada pode colaborar para que o solo seja protegido da erosão, tenha sua fertilidade natural aumentada e precise de menos insumos químicos. Confira a entrevista:
P: Quais são os principais aspectos que você considera ao recomendar insumos agrícolas para os produtores rurais?
Taciana Seixas: É importante considerarmos a cultura, como está o solo, os aspectos nutricionais que essa cultura precisa e também como vai ser o clima, o que o clima vem prometendo para esse ano, assim podemos trabalhar o manejo nutricional, do solo e da água de forma adequada. Primeiramente precisamos entender qual é o cultivo e a situação do solo. A partir disso, precisamos entender também a expectativa de produção do agricultor, fazer uma análise de solo para ver como estão os níveis de Fósforo, Cálcio, Magnésio, Enxofre e Potássio. Algumas vezes é importante fazer uma análise de micronutrientes e normalmente é necessário repor o zinco. O mais importante é definirmos a cultura e a soma de base desejada a partir dela, para então fazermos os cálculos de recomendação de adubação e reposição de cálcio e magnésio, que acontece muitas vezes via calagem e gessagem. Nesse momento, além do cálcio, entra também a complementação de enxofre, para que o produtor tenha um solo com pH adequado para a cultura em questão conseguir crescer em raiz e absorver os nutrientes em profundidade. Em anos de seca é importante que a planta tenha uma raiz profunda a fim de sofrer menos com o estresse hídrico. Raízes fundas captam água e nutrientes em profundidade, permitindo seu crescimento e dando espaço para o florescimento, formação de grãos ou frutas, dependendo da cultura.
P: Quais são os principais sinais observados em uma lavoura que indicam problemas de degradação do solo e como você recomenda lidar com esses problemas?
Taciana Seixas: Quando pensamos na degradação do solo, falamos além de características nutricionais, incluindo o aspecto físico, que muitas vezes resultam na destruição desse mesmo solo em relação à erosão e a falta de crescimento de matéria verde. Essas características indicam uma remoção quase que total da proteção do solo, o que vai desgastando sua superfície por conta do sol, água e chuvas intensas. É importante fazer uma rotação de cultivos nessa região, além de considerar uma correção desse solo. Quando pegamos áreas de pastagem degradadas, a primeira ação é fazer um processo de calagem para tentar abaixar os níveis de alumínio. O que nos ajuda a não deixar que o solo chegue a essa situação é o plantio direto, a rotação de culturas, além da aplicação de fertilizantes e calagem de forma adequada. É necessário eliminar os altos teores de sódio no solo e garantir que ele tenha uma qualidade física e química ideal para evitar os desgastes pela erosão e por estar descoberto. Alguns pontos a serem considerados para a cobertura desse solo é fazer análise, para que seja possível incorporar os nutrientes necessários e fazer as correções ideais, evitandoa degradação.
P: Quais são os principais desafios enfrentados pelos produtores rurais em relação à conservação do solo?
Erivelton Paes: São dois os maiores desafios que o produtor rural brasileiro enfrenta dentro da sua propriedade para garantir que a física de solo seja adequada para o desenvolvimento da cultura instalada. O primeiro é basicamente evitar a erosão, e para isso, é preciso fazer curvas de contenção, alocação de terraços para que a velocidade da água seja diminuída e, assim, evitar que esse solo seja erodido. O segundo ponto é garantir que não ocorra compactação na subsuperfície, fazendo com que a água consiga penetrar em camadas inferiores do solo, proporcionando também uma maior aeração para o desenvolvimento das raízes.
P: Que tipo de insumos agrícolas você recomenda para promover a saúde e a qualidade do solo?
Erivelton Paes: Quando nós falamos em promover a qualidade e a saúde do solo, hoje, existem diversas ferramentas à disposição da agricultura brasileira e a que eu cito aqui, que tem uma grande importância, são as sementes de mix de cobertura. Nelas estão compostas diversas espécies de plantas com diferentes capacidades de desenvolvimento de raiz e isso vai trazer um benefício gigante do ponto de vista de física do solo, rompendo as camadas compactadas e do ponto de vista de nutrientes, que é excepcional, porque vai conseguir fazer a ciclagem de alguns nutrientes que estão no subsolo e também trazer uma diversidade de plantas e consequentemente, melhorar o desenvolvimento de culturas e a vida que habita naquele solo. O interesse econômico existirá num ambiente muito mais favorável para o seu desenvolvimento. Além disso, é preciso garantir que a química do solo esteja muito equilibrada, então, promover fertilidade abaixo dos 20 centímetros é fundamental. Precisamos retirar esse alumínio tóxico que vem impedindo o desenvolvimento das raízes e incrementar bases em profundidade, porque a água vai estar disponível na subsuperfície e a raiz precisa ter capacidade de se desenvolver e buscá-la. Consequentemente, será possível passar por períodos de estresse hídrico com muito mais qualidade, garantindo produtividade econômica que é o mais esperado.
P: Quais são as práticas de manejo do solo que você incentiva os produtores rurais a adotarem?
Erivelton Paes: Quando falamos do manejo de solo, a principal recomendação que eu daria e que eu faria seria exatamente o manejo conservacionista. Então, conhecendo a sua área, sabendo a declividade que ela tem, alocar os terraços de acordo com uma topografia bem feita, promover mix de cobertura e garantir um incremento de matéria orgânica. E aí, a partir desse mix de cobertura e além de outros manejos como incremento, trazer aporte de matéria orgânica de fora para dentro da propriedade. Isso vai trazer um manejo conservacionista excepcional e aí passaremos de um patamar de produtividade muito maior. Só que o manejo conservacionista demanda tempo e demanda esforço. A gente não vai conseguir enxergar resultado logo na primeira safra ou no primeiro ano. É preciso ter um plano de desenvolvimento e consistência nos manejos para que, a partir do quarto ou do quinto ano, lá pela sexta safra, a gente já tenha um solo equilibrado e muito bem desenvolvido.
E claro, pessoal, consultem sempre um engenheiro agrônomo que vai ter as melhores opções técnicas para fazer as recomendações adequadas para o desenvolvimento do seu manejo conservacionista, visando sempre o lucro e a produtividade.
Adotar boas práticas agrícolas é um compromisso com o futuro
Ao preservar o solo, garantimos a segurança alimentar das próximas gerações e contribuímos para um meio ambiente mais saudável. Lembre-se: o solo é um bem precioso e não renovável, e cabe a cada um de nós cooperar para protegê-lo.
Não se esqueça que um solo bem cuidado, saudável e produtivo passa por insumos de qualidade, que respeitam a agricultura e colaboram para um desenvolvimento equilibrado. Para conhecer mais sobre a proposta da Viter e descobrir o potencial máximo do seu solo, confira nosso portfólio.
