Sabia que o Cerrado brasileiro é o segundo maior bioma do país, ocupando cerca de 25% do território nacional? Espalhado principalmente pelas regiões centro-oeste, sudeste e nordeste, ele se estende pelos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Piauí e Tocantins. Apesar de sua vasta extensão e importância, o Cerrado ainda é pouco compreendido por muitos, especialmente quando falamos de sua riqueza ecológica e agrícola.
Quais características tornam o cerrado importante?
O cerrado possui uma vegetação única, sempre composta por uma mistura de árvores de troncos retorcidos, gramíneas e arbustos. Mesmo que seja frequentemente comparado a uma savana, suas características vão além disso, contando com uma biodiversidade surpreendente. O bioma abriga mais de 12 mil espécies de plantas, onde quase metade são endêmicas, ou seja, só existem nessa região.
Sua composição de solos ácidos e comumente pobres em nutrientes se destaca, exigindo uma atenção especial para a correção e fertilização adequadas. E é justamente nesse quesito que a agricultura no Cerrado se destaca, embora seja difícil imaginar que isso seja possível. O manejo correto do solo, com técnicas como a aplicação de calcário e gesso, é fundamental para transformar esses solos aparentemente improdutivos em campos férteis para o desenvolvimento de diversas culturas.
As culturas agrícolas mais comuns do cerrado
O bioma é, sem dúvida, um dos principais pilares da agricultura brasileira. Com a introdução de tecnologias avançadas de manejo do solo e a adaptação de culturas, a região se tornou uma das maiores produtoras de grãos do mundo. Soja, milho, algodão e feijão são algumas das culturas predominantes, mas há também a presença do cultivo de café, cana-de-açúcar, arroz e diversas frutas, como melancia, manga e abacaxi.
Esse processo de adaptação da agricultura ao Cerrado começou nos anos 70, onde o surgimento da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e o desenvolvimento de técnicas específicas permitiram o aproveitamento eficiente do solo. Hoje, o Cerrado é responsável por mais de 50% da produção de grãos do Brasil, consolidando-se como o coração do agronegócio nacional.
A importância ecológica do cerrado
Além de sua grande relevância para o agronegócio, o Cerrado também desempenha um papel muito importante para o equilíbrio ecológico. Ele é responsável pela nascente de três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul: a do Rio São Francisco, a do Rio Paraná e a do Rio Tocantins-Araguaia. Por isso, é muito conhecido como o “berço das águas”.
O Cerrado também é um importante regulador climático, contribuindo para a manutenção dos regimes de chuvas que abastecem outras regiões do Brasil. Sua conservação enquanto bioma é muito importante não apenas para a agricultura, mas para o equilíbrio ambiental de todo o país.
Algumas curiosidades sobre o cerrado:
- Apesar de ser o segundo maior bioma do Brasil, o Cerrado é um dos mais ameaçados, com cerca de 50% de sua área original já devastada.
- Ele abriga mais de 850 espécies de aves, 250 de mamíferos e 1.200 tipos de peixes.
- O Cerrado é considerado um dos 34 ‘hotspots’ mundiais de biodiversidade, o que significa que é uma das áreas mais ricas em diversidade biológica e, ao mesmo tempo, uma das mais ameaçadas do planeta.
Embora o Cerrado seja um dos maiores motores econômicos do país, seu uso intensivo para a agricultura tem requerido cada vez mais iniciativas que buscam conciliar a produção agrícola com práticas sustentáveis, tudo em busca de uma garantia de que o bioma continue sendo a potência que é sem perder suas características ecológicas. Programas de manejo sustentável do solo, como a aplicação de insumos agrícolas adequados e de qualidade, podem ajudar a prolongar a vida útil das terras cultiváveis, mantendo a produtividade e preservando a biodiversidade local.
Neste Dia Nacional do Cerrado, te convidamos a descobrir mais sobre a importância desse bioma tanto para a economia quanto para o meio ambiente do Brasil. Sua preservação e manejo sustentável são imprescindíveis para garantir que o Brasil continue tendo nele uma fonte de riqueza agrícola e um reservatório natural de biodiversidade e recursos hídricos. O equilíbrio entre produção e preservação é o caminho para um futuro próspero e sustentável.