Desde o dia 20 de março o Brasil recebeu o outono como a estação que marca a transição entre o verão e o inverno. Com temperaturas amenas, aquelas folhas secas características e muitas paisagens multicoloridas, ele chega também com mudanças importantes em relação à agricultura, e é importante que os produtores se atentem aos próximos passos das suas lavouras.
Em 2024, com o início do outono, chega também o fim do El Niño e o início do La Niña, fenômenos climáticos que interferem diretamente na agricultura. O primeiro, caracterizado por temperaturas mais altas vindas do Oceano Pacífico, afetou o clima no Brasil nos últimos meses, com chuvas acima da média em algumas regiões e menos volumes em outras. O segundo, respectivamente, traz temperaturas mais baixas do Pacífico, e tem efeito oposto, podendo sinalizar um período seco para o país.
Os impactos do outono na agricultura
Entre os principais impactos da estação sobre a agricultura, podemos destacar que a quantidade de precipitação geralmente diminui de forma drástica, porém, o ar seco e os ventos quentes aumentam a evaporação. Isso reduz a umidade do solo, impactando diretamente o desenvolvimento das plantas.
O aumento da temperatura e a seca trazidas pelo outono elevam a quantidade de pragas e insetos que exigem medidas de manejo pontuais e eficientes. Especialmente nesta última safra 2023/24, notou-se o aumento da pressão dos efeitos negativos causados por pragas como a cigarrinha-do-milho e a lagarta-do-cartucho. Ambas representam um perigo considerável para a produtividade das plantações.
El Niño perde força, mas mantém efeitos durante o outono
Segundo previsões feitas em conjunto pelo Inpe, INMET e FUNCEME, as temperaturas continuarão acima da média em todo o Brasil mesmo no outono e o El Niño, mesmo em fase de enfraquecimento, continuará a influenciar o regime de chuvas e as temperaturas no país. Pesquisadores dos órgãos citados explicam que, com a perda de força do fenômeno, que alcançou o ápice entre novembro e dezembro, é pouco provável que situações extremas de chuva, como as ocorridas na primavera de 2023, se repitam em decorrência do El Niño. A previsão indica que poderá haver possibilidade de chuvas importantes na faixa leste do Nordeste e no norte de Roraima, que vive momento de seca.
Na última sexta-feira, dia 22 de março, INPE e INMET publicaram uma nota técnica sobre o prognóstico detalhado para todas as regiões do país sobre o outono. Acesse o documento completo aqui.
Quais medidas podem ser tomadas para diminuir os efeitos do outono nas lavouras brasileiras?
Diante das mudanças climáticas, os produtores rurais precisam se adaptar e buscar alternativas para minimizar os impactos na produção. Algumas medidas importantes são:
Uso eficiente da água: Adotar sistemas de irrigação eficientes, como a irrigação por gotejamento, ajuda a reduzir o consumo de água e garantir a produtividade das lavouras.
Manejo integrado de pragas e doenças: O uso de métodos de controle preventivo, como a rotação de culturas e o uso de produtos eficientes, ajudam a reduzir a incidência de pragas e doenças.
Planejamento da produção: É importante escolher culturas adequadas ao clima da região e ao período do ano, além de diversificar a produção para reduzir os riscos.
O outono é claramente uma estação de mudanças, tanto climáticas quanto agrícolas. Produtores precisam se atentar a essas mudanças e buscarem uma adaptação para garantir a produtividade das lavouras e a sustentabilidade da agricultura. Através de práticas agrícolas adequadas e investimento em tecnologia, é possível minimizar os impactos das mudanças climáticas e garantir a produção de alimentos de forma efetiva.
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