Na rotina agrícola, o nitrogênio (N) recebe uma atenção especial, e não é para menos: ele é um dos nutrientes exigidos em maior quantidade pelas plantas, sendo fundamental na formação de proteínas, folhas verdes e rendimento na colheita. Porém, um outro elemento muitas vezes negligenciado exerce papel decisivo na eficácia desse mesmo nitrogênio: o enxofre (S). Quando o solo tem deficiência de S, a planta pode até receber nitrogênio em quantidade, mas não conseguir utilizá-lo com eficiência, reduzindo seu aproveitamento.

A conexão entre nitrogênio e enxofre

O enxofre participa da formação de aminoácidos importantes, como cisteína e metionina, que são essenciais para o metabolismo proteico e crescimento das plantas. Quando há deficiência de enxofre no solo, o nitrogênio aplicado não é totalmente aproveitado: parte dele pode se perder ou ficar em formas que a planta não consegue absorver. Manter um equilíbrio adequado entre nitrogênio e enxofre (a chamada relação N:S) é fundamental para aumentar a eficiência dos fertilizantes nitrogenados. Solos pobres em enxofre tendem a reduzir a absorção de nitrogênio, o que significa mais gasto e menos produtividade.

Por que solos agrícolas tendem a faltar enxofre

Tradicionalmente o enxofre era aportado via chuvas e deposição atmosférica. No entanto com o avanço das práticas agrícolas intensivas e a redução da cobertura vegetal, essa “entrada natural” foi reduzida.Como resultado, temos maior ocorrência de situações em que o enxofre começa a se tornar um fator limitante, especialmente em solos arenosos, solos de baixa matéria orgânica ou em áreas que recebem altas doses de nitrogênio.

Adicionalmente, como o enxofre está presente principalmente na forma de sulfato, sendo altamente móvel no perfil do solo, ele pode ser rapidamente lixiviado em condições de chuvas intensas ou irrigação frequente, agravando essa deficiência e exigindo sua correção ou reposição.

Quais sintomas indicam deficiência de enxofre

As plantas com deficiência de enxofre mostram muitos sinais semelhantes à falta de nitrogênio: folhas novas amareladas, crescimento atrofiado e enraizamento reduzido. A deficiência de enxofre muitas vezes aparece nas folhas jovens (já que o S é pouco móvel dentro da planta) e se intensifica quando a planta recebe muito nitrogênio sem suporte de S, comprometendo a conversão do nitrogênio em proteínas. O diagnóstico exige, portanto, análise de solo ou foliar, não apenas uma observação visual. Estudos demonstram que, mesmo em lavouras com adubação adequada de N, a correção de S conseguiu melhorar a absorção de N e a produtividade em diversas culturas, reforçando a importância do manejo conjunto desses nutrientes.

Como o enxofre atua para tornar o nitrogênio mais eficiente

  1. Síntese proteica: o enxofre é componente de aminoácidos essenciais; sem ele, a planta não consegue converter o nitrogênio em proteína, resultando em acúmulo de formas não úteis de nitrogênio (como nitrato) no tecido vegetal.
  2. Enzimas e metabolismo: vários processos enzimáticos ligados à assimilação do nitrogênio dependem da presença de enxofre, isso significa que o S atua como facilitador da absorção, transporte e incorporação do N.
  3. Estrutura do solo e microbiologia: o S estimula a atividade microbiana e favorecer a mineralização e nitrificação do N, reduzindo perdas por lixiviação ou volatilização. Além disso, a escolha de fontes de S como gesso, também auxilia na melhoria do solo principalmente em profundidade e no desenvolvimento de raízes.
  4. Relação N:S equilibrada: quando o produtor aplica nitrogênio sem considerar o enxofre, os níveis de S no solo pode não dar suprir a demanda e assim gerar um desbalanço nutricional, e parte do nitrogênio não ser aproveitada . Adotar doses ajustadas de N e S garante melhor retorno econômico do investimento.

Boas práticas para integrar enxofre e nitrogênio no manejo do solo

Para garantir que o N seja aproveitado pelas plantas é essencial considerar o papel do S no sistema produtivo e garantir a interação N:S adequadamente. A seguir destacam-se práticas recomendadas para otimizar essa interação:

  • Realizar análise de solo ou foliar que inclua o enxofre disponível e histórico da cultura.
  • Avaliar o perfil do solo: solos arenosos ou com cobertura vegetal reduzida costumam demandar atenção maior para o enxofre.
  • Ajustara adubação considerando a cultura, histórico de produção e doses de nitrogênio planejadas. Em lavouras de alta exigência, garantir aporte de enxofre antecipado evita gargalos nos estágios críticos de desenvolvimento.
  • Associar às práticas físicas de conservação do solo: cobertura vegetal, rotação de culturas e manutenção de biomassa aumentam a retenção de enxofre no perfil do solo e favorecem a atividade microbiana, que contribui para o ciclo de nutrientes.
  •     Monitorar na safra: observar se as doses aplicadas de nitrogênio estão sendo absorvidas pelas plantas por meio de análises foliares por exemplo, e caso houver baixo aproveitamento, considerar revisar o manejo de de enxofre para próxima safra.

Tecnologia para sincronizar nitrogênio e enxofre

O mercado disponibiliza diversas formulações de fertilizantes e corretivos que já levam em consideração a sinergia entre N e S, visando maior eficiência agronômica e aproveitamento dos insumos. Produtos que trazem enxofre na forma de sulfato, óxidos ou elementar garantem que os nutrientes estejam disponíveis no momento adequado da demanda fisiológica das plantas.

Essa sincronização nutricional reduz perdas, melhora a eficiência dos insumos e fortalece o sistema produtivo como um todo, principalmente em culturas que exigem respostas rápidas como milho, soja ou hortaliças, onde uma estratégia de fornecimento combinado ou em fracionado de nitrogênio e enxofre mostra resultados mais consistentes, maior produtividade, e sustentabilidade do sistema solo – planta.

Como a aplicação de enxofre reflete na produtividade

Na prática, quando o enxofre é aplicado corretamente com base nas análises de solo e demanda nutricional das culturas, observamos plantas mais verdes, com maior vigor, raízes mais desenvolvidas e solo com menor acúmulo de nitrato residual. Isso se traduz em plantas mais produtivas, maior padrão de qualidade de frutos e grãos e, em muitos casos, redução de doses de nitrogênio necessárias para atingir os mesmos níveis de rendimento. Essa eficiência agronômica representa também menor impacto ambiental, com menor lixiviação de nitrato, menor emissão de gases e menor risco de contaminação de águas superficiais.

Alinhamento com o portfólio da Viter: o papel do Optmix

Para garantir que o enxofre esteja disponível em quantidade adequadas no solo, a Viter oferece o Optmix, uma solução combina o poder do corretivo e dos condicionadores de solo numa formulação homogênea e equilibrada que reúne o enxofre e outros nutriente essenciais as plantas fornecendo múltiplos benefícios.

Assim, a aplicação do Optmix resulta num ambiente químico no solo mais equilibrado, e potencializa o aproveitamento do Nitrogênio reduzindo as perdas por lixiviação e volatização, e aumentando a conversão do N em proteínas vegetais. Essa sinergia entre N e S quando manejada em conjunto associado às práticas adequadas de preparo, adubação e análise de solo, resultam em ganhos de produtividade, eficiência e sustentabilidade.

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